Estou impressionado com a
complexidade terminológica nas letras da nossa música popular brasileira. Dizem
que Pabllo Vittar não canta nada, tanto faz, mas KO já é um clássico da mesma
forma que o revival anos 90, tanto os
belos pagodes românticos, quanto uns terríveis axés sem sentido algum, porém,
este mesmo Pabllo fez dupla com Anitta, se ela Vittar é o rei, Anitta é a
rainha desvirtuada a se enganar como Geni aos Zepelins, que neste caso já não
sei se também não faz sentido, já que talvez, às avessas. Fato é que a melodia
pode nos remeter aos arremedos do axé, um próximo descendente do lundu, mas em
sua última canção de sucesso Anitta replicou os velhos chavões da estilística
da comunidade pra gringo ver, o que bastava era a batida e o sentido, mas
qual... se agora os burlamos aos embutidos.?
Tentei ouvir a pouco qualquer
cantora norte-americana, é impossível, eu que tenho me debruçado ao jazz e aos
ruídos, nas naturezas reais das fragilidades grandes.. com essas cantoras pop
contemporâneas: dificuldade.
Enquanto Karol Conka é com a razão
a melhor pop atual, eu ouço realmente é o maravilhoso soul da Flora Matos.
A questão é, se nosso rei é rainha,
nossa rainha é a loira do Tchan e o nosso bobo da corte sendo o rock’n roll tem
em Pitty e Lobão os seus atores, a verdade é que degeneramos nossa sociedade
pela quantidade de perda de referência cultural, ou seja, nossa cultura
novamente mais a serviço dos meios de poder que da arte, salve nossos bobos,
pois são a arte na aristocracia cultural que neste momento entregou ao poder da
degeneração para se perpetuar.
Diego Marcell
20/12/2017
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